Desaparecer





Porquê, me diga as razões.
Tente me dizer, pois ainda não entendo.
Será que vou sentir isso de novo?
Será que vamos nos encontrar no fim disso tudo?
Liberte-me, me deixe livre das suas memórias.
Me deixe descansar enquanto não estiver com você.

Um dia como hoje,
Todo o meu mundo foi mudado
E nada do que você disser
Vai ajudar a acalmar a minha dor.

Eu vou mudar, tentar contornar isso com calma
Vou queimar pra me sentir vivo de novo
Ela queria que eu fosse embora
Mas veja, eu ainda pertenço à este lugar.
Siga-me, para achar mais do que eu tenho achado
E encare, desta vez eu estou sozinho.

Os dias desaparecem
E meu mundo continua mudando
Eu sinto você aqui
E isso me mantém são.

Então eu estou indo embora,
Eu nunca vou esquecer
De como você ficou lá me olhando
Aceitando o fim
Eu sabia que você estava assustada.
Você foi forte, eu estava tentando
Eu te dei a minha mão
E disse: Ok, é hora de ir embora deste ligar.
E eu vou seguir,
O melho que eu puder sem você aqui ao meu lado.
Deixe-o vir e levá-la até em casa.

Adaptação de Disappear, do Dream Theater.

A mudança




E inevitável não lembrar de como ela mudou. O gesto, o toque, o olhar, as palavras, o calor, o sexo. Cada vez menos lembro daquela pessoa que um dia esteve em sintonia comigo. É uma mudança silenciosa, sorrateira, espiã. Mas nem por isso é menos dolorosa, menos triste, menos imcompreensível. Ainda existe uma parte de mim dentro dela, um pedaço do que eu sou, do que eu ensinei, do que eu senti...sim, ainda está lá, e isso parece uma arma, uma vingança sentimental. Mas vingança do que? Por ter amado mais quando me virou as costas? Está se afastando de mim porque te admirado mais quando mentiu? Por ter te perdoado quando traíste? Eu vejo todos os sinais. Mas ainda não entendo, e talvez nunca entenda.

Os dias vão desaparecendo junto conosco. Nossos sorrisos estão se apagando, estão se afogando nas tuas mentiras, nas tuas inverdades, na tua vontade de se livrar de mim, sem querer ser transparente. Perdoe-me, mas eu percebo, vejo, sinto, conheço.A reciprocidade já não existe mais. A vontade, o fôlego, o sacrifício. Tudo virou pó. Anos de dedicação e carinho se tornaram algumas cartas escritas no armário, alguns presentes empoeirados, algumas lembranças, alguma raiva.

A propósito, eu não mudei.